De empregado a EMPREENDEDOR

Na década de 1960, as pessoas passavam em média por quatro empregos diferentes até completarem 65 anos de idade. Hoje, uma pessoa chega a passar por até 7 empregos antes de completar 30 anos. Eu passei por nove!

De acordo com Charles B. Handy (autor e filósofo irlandês especializado em comportamento e gestão organizacional) os trabalhadores de hoje estão destinados a viver “vidas portfólio”, quer dizer, à medida que a expectativa de vida humana aumenta e a expectativa de vida corporativa diminui, os trabalhadores estão destinados a seguir mais de uma carreira. Podemos muito bem mudar de uma vocação para outra, de uma empresa para outra, de um ramo de negócio para outro, e certamente podemos passar algum tempo como trabalhadores terceirizados no início da carreira, depois como empregados com carteira assinada, depois como empreendedores e voltarmos a ser trabalhadores/consultores na terceira idade.

Já Peter Drucker (considerado o pai da administração moderna) incentivava as pessoas a desenvolverem carreiras paralelas, podendo ser qualquer coisa, desde transformar interesse em uma especialização até dedicar suas horas livres ao trabalho voluntário. Drucker sentia que as pessoas deviam aproveitar o fato de que a expectativa de vida foi ficando cada vez mais longa para adotar duas ou três carreiras, ou poderia pegar uma de suas carreiras paralelas e transformá-la na principal. Ele foi professor, consultor, pensador, colecionador de arte japonesa e com 60 anos decidiu ser escritor de romances. A sua esposa Doris se formou em física quando estava com pouco mais de 60 anos de idade, inventou um monitor de voz e uma empresa para comercializar o produto quando já estava com mais de 80 anos, escreveu um livro com 90 e quando estava próxima dos 100 anos era jogadora de tênis e praticava montanhismo.

Para Drucker, as pessoas que possuem uma ampla gama de interesses são menos suscetíveis a ficarem devastadas quando seu emprego desaparece (algo que ocorre com frequência hoje em dia). Elas também desenvolvem perspectivas e contatos que podem ajudá-las a causar grande impacto em seus empregos e empreendimentos.

Como diz Drucker: “Temos a obrigação de aproveitar ao máximo os dons que Deus nos deu. Cultive o máximo de talentos que puder e sua mente continuará a crescer, concentre-se de forma estreita em uma única coisa e a sua mente vai se estreitar e se atrofiar”.

Eu, por exemplo, estudei administração de empresas, química integral e me formei em processamento de dados (tudo muito relacionado!?!). Trabalhei em empresas de agronegócio, transporte rodoviário, seguro automotivo, consultoria de TI, Business Intelligence e Big Data. Já fui desenvolvedor de sistemas, consultor, gestor, professor, escritor e hoje estou empreendedor social. Gosto de ler sobre gestão, negócios, tecnologia, produtividade, minimalismo e impacto social, já iniciei estudos em bioinformática e teologia. Devido ao conhecimento adquirido em várias experiências diferentes, posso dizer que sou um ser humano melhor, tanto pessoal quanto profissionalmente.

Essas mudanças de comportamento ao longo do tempo e as várias crises que passamos (agora estamos no meio da pandemia do Coronavírus) tem forçado muitos trabalhadores a iniciarem o seu próprio negócio.

E você, já começou a sua carreira paralela? Um plano, B, C e até D? Pense nisso.

Deixe uma resposta